quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A casa dela

E como é que a gente faz quando a casa da gente vai embora e a gente fica?

Era como se a casa tivesse sido fabricada na medida certa para ela morar ali, encollhidinha, quentinha, como se estivesse em um pacotinho, que ela torcia para que ninguém abrisse para que ela pudesse ir ficando ali por um tempo infinito.

Mas o infinito é uma coisa que não existe na vida real, ela sabia disso, mas é que, perdida, a menina sem casa, não conseguia pensar em mais nada, a não ser numa vontade infinita de ficar infinitamente em seu pacotinho.

O fato para o qual ela ainda não tinha atinado é que ela que tinha saído da casa em primeiro lugar (mas que mania feia essa de colocar a culpa nos outros!) e também que a casa, por ser uma construção das boas, possuía firmes paredes presas ao chão...
Ok, a culpa era dela... Mas e agora?? "pelamordedeus o que eu faço para resolver???" ela pensava em desespero

Algumas pessoas na rua diziam "ô menina, dá umas voltas no bairro, abre um jornal que tu acha outra casa" mas ela era teimosa e queria trazer a casa dela, ué? (que mal tem nisso?). E decidiu que ia juntar todas as bexigas e o gás hélio do mundo e fazer como no filme, assim:



Na verdade ela atinou para outro fato: para ela pouco importava para onde ia essa casa, contanto que ela estivesse dentro.
Ela queria era dar um basta nessa história de ficar na rua.